
"O Senhor Deus plasmou o homem com o pó da terra" (Gen 2,7).
Naquele entardecer da criação, senti passos no jardim. Era ele, o Senhor da Criação.
Aconteceu que, nesse entardecer, ele parou,
Remexeu-me longamente... longamente... com todo carinho! E então, começou a me amassar: primeiro retirou de mim uma porção de impurezas que o atrapalhavam:
pedrinhas, pedacinhos de pau, ciscos. E eu fui ficando terra pura, do seu gosto.
Fez ainda outras operações, que eu não compreendia, nem poderia compreender: "Pode por acaso um vaso dizer do oleiro: eu entendo disso mais que você?" (Is 29,16).
De fato, fui tomando forma. Uma forma à maneira sua, à sua imagem!
Então comecei a olhar em torno de mim. E descobri outros vasos que suas mãos hábeis e cheias de amor haviam amassado e modelado artisticamente. Sem cansar-se, dava ele mais outra mão àqueles que não haviam saído bem.
Cada um tinha a sua forma e sua cor, sem dúvida, isso conforme a sua destinação no mundo. Mas, do mais humilde ao mais rico, todos eram lindos, todos bem feitos.
Ele nos tinha feito como ele bem queria... "Pode, por ventura, um vaso perguntar ao oleiro: porque me fizeste assim? Não tem o oleiro poder sobre o barro para fazer da mesma argila um vaso de uso nobre e outro de uso vulgar?" (Rom. 9,20-21).
ó Oleiro Divino, Criador e Pai, permite que se cumpra em mim
a obra que começaste. Seja meu projeto o teu projeto sobre mim! “Vós sereis na
minha mão como a argila na mão do oleiro...” (Jer. 18,1-6).
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